quarta-feira, fevereiro 03, 2010

passeios e conversas

Ontem fui ter à igreja de manhã para ter um estudo bíblico que o Paulo Barata está a dar a um casal nosso vizinho que se converteu no final do ano passado. Como eles acabaram por não poder, tendo ficado para hoje, fomos ao café de uma irmã da igreja aqui na urbanização. Foi uma horinha de conversa e ouvir mais uma vez algo que tem feito sentido, muito. Sermos igreja no local onde estamos, toda a semana, e não só ao Domingo. Falarmos, e sobretudo ouvirmos as pessoas que nos rodeiam, vizinhos, conhecidos... foi bom.
Depois fui à peixaria e ainda passei pelo talho do sr. Nuno (que tem uma Marta de 6 anos, pelos vistos muito traquina). Estava uma senhora com um bebé de 4 meses que ao ver a minha barriga meteu conversa. Trabalha no Amadora-Sintra e foi lá que teve o filho. Descansou-me, deu-me alguns conselhos, partilhou comigo alguns pormenores da gravidez. É engraçado ver como é fácil falar com pessoas que estão ou estiveram na mesma situação. A empatia parece surgir naturalmente. Depois uma senhora brasileira meteu conversa também, olhou para a minha barriga e disse: "Ah, não é p'ra já, lá p'ra Março, sim! Eu não sou muito velha mas tenho os dons que Deus me deu e olhe a médica pode dizer muita coisa mas ele vai nascer no tempo que Deus determinar!"
Toma lá que é para aprenderes Marta. Nada que eu não tivesse pensado muitas vezes, e sei que assim é, mas quando vem uma contracção, ou uma dor, fico a pensar em milhentas coisas e lá se vai a confiança. Nós seres humanos somos mesmo assim, infelizmente. Ouvir da boca de alguém estranho aquilo que sabemos que é verdade, e que lemos na Sua palavra, é como uma chapada de luva branca.
Lá saí do talho, vinha a subir as escadas, bem devagar e a parar, quando desce uma senhora de mais alguma idade e me diz: "É uma boa terapia esta, mas devagar".
Sentia-me feliz por saber que pertenço a este lugar (mas ao mesmo tempo triste porque num dia normal de trabalho nunca teria tempo para fazer o que faço agora, sem pressas, sem stress), por saber que afinal está tudo bem com o nosso Isaac, apenas foi preciso abrandar um pouco o ritmo e que Deus está a cuidar dele. Sentia-me feliz por ter pessoas perto, umas conhecidas outras nem por isso. Sentia-me feliz ao imaginar a passear com o Isaac no carrinho pelo jardim e depois a parar no talho e na frutaria. Sentia-me feliz porque afinal no meio desta selva urbana ainda há pessoas que falam umas com as outras, mesmo que às vezes seja conversa de circunstância. Até fiquei contente porque hoje, ao lembrar-me de uma coisa que não comprei no talho, liguei ao sr. Nuno e encomendei o que precisava e disse que o meu Nuno depois passava lá ao final da tarde para pagar e trazer. Não moro no campo mas neste recanto ainda podemos tentar que as coisas sejam um pouco mais agradáveis, pessoais... isto também depende de nós!

Sem comentários: