domingo, junho 29, 2008

A gota de água

Quando as coisas vão mal na igreja ficamos tristes porque vemos as pessoas de quem gostamos a sair, a igreja a definhar e quem está errado, a permanecer lá, todo feliz como se eles é que estivessem certos.

Mas quando isso começa a afectar as nossas emoções de tal maneira que chegamos a casa e desatamos a chorar... já não nos está mesmo a fazer bem. A semana passada foi a minha mãe, hoje fui eu. Amigos que nós sabemos mas quantos outros que nós não sabemos, choraram ao chegar depois do culto.

Hoje não 1, não 2, mas 3 dos meus alunos e mais 2 de outra classe se despediram de nós. Os Dias, muitos de vocês os conhecem. Já há alguns Domingos que não estavam a ir e eu já sabia que eles iam sair da igreja. Mas a despedida custa sempre muito, e estes meninos cresceram na minha classe, estão lá desde pequeninos. A Eva nasceu e foi muito pequena para a Escola Dominical... para mim foi a gota de água.

Tristeza, raiva, desilusão, sentimento de perda, um turbilhão de emoções que vieram ao mesmo tempo e que só me faziam pensar: "A próxima a sair sou eu. Não vou aguentar ver mais alunos meus a irem-se embora porque o ambiente na igreja está de tal maneira que os pais decidem sair. Já não faz bem a ninguém."

Desculpem o desabafo, mas teve de ser (talvez muitos de vocês já tenham sentido o mesmo).

Destesto

Quando procuro alguma coisa dentro da mala e só aparece o que não preciso. Detesto mesmo...

sexta-feira, junho 27, 2008

Estava a almoçar com uma colega, a Dulce, no VI Congresso Português de Sociologia e outra colega nossa, a Inês, telefonou a peruntar onde ela estava. Respondeu que estava na cantina a almoçar com a Marta, ao que a Inês respondeu: "Ah, a Marta das crianças".

Gostei tanto de ouvir...

Lembrei-me de algo que o Prof. Schmitter nos disse há uns tempos numa aula: "Quando estiverem a decidir o tema da vossa investigação, escolham com muito cuidado. Primeiro porque vão ter de lidar com isso durante muito tempo e depois porque serão sempre lembrados ou identificados como a pessoa que estudou aquele tema.

Eu sou a Marta das crianças.
Hoje veio-me à memória a minha primeira (breve) incursão pela investigação... Foi no 3º ano da faculdade. Eu e outro colega tivemos a melhor nota da turma numa frequência de Propaganda e Acção Política e a professora resolveu convidar-nos para participar num projecto sobre as mulheres na política.

Infelizmente o financiamento do projecto foi suspenso e lá ficámos pelo caminho.

Lembrei-me disto tudo porque ontem encontrei uma antiga professora minha da licenciatura. Lembrava-me dela e ela tb se lembrava de mim e até do curso que fiz. Está a acabar o doutoramento em Ciências da Comunicação e continua igualzinha ao que era naquele ano lectivo 2000-2001.

Pelos vistos eu devo estar na mesma, se não ela não me reconheceria...acho eu!

quarta-feira, junho 25, 2008

Mais uma tentativa falhada de dar sangue.
Tinha lá ido em Março e a hemoglobina não era suficiente (11.6), hoje estava igualzinha mesmo depois de ter estado a tomar Legofer durante um mês.

Agora só lá vou no próximo ano.

domingo, junho 22, 2008

E lá se acaba mais um fim-de-semana.

Foi bom ter os pais e os sogros cá em casa, sabe bem estar com a família. Parece que nós portugueses temos este enorme defeito, temos de combinar tudo muito bem para termos alguém cá em casa. A cultura africana é tão diferente. A qualquer hora pode aparecer alguém, sem que isso seja estranho. Aparece o primo, e o amigo do primo, e o primo em não sei quantos graus, e é tudo bem vindo. Lamento não ter sido educada assim, mas para mim ainda é estranho quando o Ricky diz que convidou não sei quem para vir cá, sem me avisar!!!!!

E o que vou fazer para comer, e como vou receber as pessoas?? Que estupidez. As pessoas vêm para estar connosco, não para serem servidos como reis. Temos de desfrutar dos momentos juntos, sem nos matarmos a trabalhar para que tudo corra às mil maravilhas. Afinal, não temos de impressionar ninguém, eles são nossos amigos.

Nem era para escrever nada disto hoje, mas saiu-me. Vem mesmo a propósito do livro que estou a ler "Como ter o coração de Maria no mundo de Marta". A diferença entre a cozinha e a sala de estar é abismal, e quantas vezes estamos tão atarefadas na cozinha e nos esquecemos da comunhão e da intimidade da sala de estar.

Pode ser que um dia eu aprofunde um pouco mais isto. Estou a gostar muito do livro e é mesmo para mim. Incrivelmente foi um dos pastores da minha igreja que me ofereceu no Natal (por ser professora de escola dominical, nada a nível particular). Engraçado que uma pessoa que parece distante das ovelhas, acertou em cheio no livro a oferecer.

Será que hoje teria essa mesma sensibilidade? DUVIDO.

sexta-feira, junho 20, 2008

Esta é mesmo muito boa.

O Ricky estava a contar que lá na escola um professor de artes foi substituído quase no final do ano, o que levou a uma grande disparidade nas notas dos alunos do 1º e 2º períodos para este último. Assim, os alunos quiseram apresentar recurso das notas obtidas e para isso levaram nem mais nem menos que os trabalhos feitos. O Ricky só vê um aluno entrar secretaria adentro com um cadeeiro enorme de um estilo que ninguém conseguiu identificar bem, atrás vinha outro com uma mesa e cadeiras (que por acaso todos repararam que eram do IKEA)... tudo para ficar lá para outro professor.

O pessoal da secretaria todo perdido de riso, quando o Ricky fingindo que era aluno disse: "olhe, desculpe, eu venho apresentar recurso da minha nota de Oficina de Artes, e trouxe um prédio de 5 andares que eu construí". Foi o fim da macacada.

"Graça sobre Graça"

Hoje recebi o mail de um amigo sobre um site muito bom. Vi-o e confirmei. Aqui fica para quem se quiser rir um pouco das figuras que às vezes nós próprios, enquanto crentes, fazemos.

http://gracasobregraca.smackjeeves.com/

Divirtam-se.
E pronto, acabou-se a febre num instante.
A derrota de Portugal frente à Alemanha serviu para nos relembrar que os que parecem os melhores, ganham sempre, e que o excesso de confiança leva-nos por vezes a ficar perdidos sem saber por onde ir. Estavam tão confiantes e afinal em campo pareciam umas baratas tontas, a correr de um lado para o outro. Pareciam estar a jogar à rabia.
Enfim, acabou-se...

terça-feira, junho 17, 2008

Depois da fantástica semana passada na Suécia, cá estou de novo de volta à rotina, ao dia-a-dia a ser lembrada da crise em Portugal, de como as coisas vão mal na igreja...a ser lembrada que tenho de cumprir prazos...mas tb que as férias estão quase aí.

Mas tb estou de regresso aos meus, aos que mais amo, ao meu marido, ao aconchego da nossa casa.

É bom estar de volta, mas foi uma experiência fabulosa e já sinto saudades daquela pequena cidade Vadstena e da boa disposição de todos os participantes.

Demoramos uma semana a fazer a mala (vai-se fazendo) e demoramos outra até que esteja tudo arrumado, mas viajar é tão bom!

sexta-feira, junho 13, 2008

Viajar obriga-nos a pensar...

e quando viajamos sozinhos, temos de pensar ainda mais.

Estocolmo

Uma cidade mesmo muito bonita... cheia de gente mas muito espaçosa, por isso não nos dá a sensação de andarmos todos apertados.

O sol ajudou... as pessoas são simpáticas quando peço ajuda para encontrar um determinado sítio.

Houve um homem, engravatado e de mala na mão, que começou a falar comigo sem eu perguntar nada. Como os meus pais sempre me ensinaram a falar com estranhos (conselho que quebrei vezes sem conta na última semana), continuei a andar enquanto ele ia falando.

Perguntou se eu queria alguma informação (porque eu estava farta de olhar para o mapa), e até perguntou se podíamos combinar alguma coisa amanhã de manhã (eu disse que me ia embora amanhã para Portugal). Neguei, ao que ele prontamente perguntou se podia ser hoje à noite. Isto há gente muito descarada.

Eu disse que estava demasiado cansada, tinha estado numa conferência de trabalho toda a semana no sul da Suécia e tinha de arrumar a minha mala para amanhã ir para o Aeroporto.

Mas de onde raio é que saiu o homem? Se fosse em Portugal ainda tinha ficado com mais receio, mas aqui dizem que não ha roubos... bem, é melhor ter cuidado.

Vou dormir num hotel não muito longe do centro da cidade. O quarto é confortável, já arrumei melhor a minha mala (para ver se não rebenta no avião) e a net é rápida. Só não sei o que se passa com a TV, dá som mas não dá imagem. Da recepção disseram-me que amanhã mandam alguém...amanhã já não preciso.

Enfim, isto tem sido uma aventura muito boa, graças a Deus. Tudo tem corrido bem e espero que assim continue.

cultural mix

4 americanos
2 checos
1 ucraniana
2 portuguesas
1 espanhol
1 francesa
2 italianas
1 polaca
3 ingleses
2 holandes
2 noruegueses
4 filandeses
e muitos suecos.

Fantástico...parecia que nos conhecíamos todos há anos

É incrível...à 1h30 da manhã quando me deitei na última noite da conferência, ainda havia luz. Dali a 2 horas e meia o sol nasceria de novo.
A nós que não estamos habituados a esta luz durante a noite, faz-nos muita confusão.
Não fui a única a tentar algumas fotos.

quinta-feira, junho 12, 2008

Parece que está a chegar ao fim...

Tem sido um tempo muito bom aqui pelas terras escandinavas. As pessoas são muito acessíveis, toda a gente fala com toda a gente. Professores, grandes sociólogos começam a conversa connosco mm sem nos conhecerem.

Isto é fantástico...

e temos o tempo tão ocupado que não vou poder escrever muito mais.

Apenas que amanhã estarei em Estocolmo quando sair daqui e só volto no Sábado para Lisboa.

mais fotos no flickr

Poster Session


Ontem a sessão dos posters correu muito bem. As pessoas iam passando e vendo, fazendo algumas perguntas...
a minha parte do trabalho na conferência está feita.

terça-feira, junho 10, 2008

Tudo muito calmo por estas bandas.
O sítio é simplesmente fantástico (quem quiser ver fotos pode ir ao flickr), as pessoas são muito simpáticas, prontas a ajudar.

O hotel é de construção antiga, todo restaurado e tem vários edifícios. O meu quarto (partilhado com uma alemã) é uma pequena casa, por fora tipicamente sueca, que é um mimo. Parece uma casa de bonecas. é um pouco longe do edifício central do hotel, onde tomamos o pequeno-almoço e jantamos, mas mesmo ao lado do edifício onde são todos os seminários (é na biblioteca da cidade).

Ontem ao jantar conheci um americano, um holandês (que é judeu), uma canadiana e um sueco. Todos falam connosco, mesmo sem nos conhecerem, é incrível. É desta que vou desenferrujar o meu inglês. O jantar foi roast beef (não tenho a certeza se é assim que se escreve).

Ontem às 22horas (21h em Lisboa) ainda era de dia e havia alguns suecos e suecas a nadar naquele que é o maior lago da Europa.

Não me canso de dizer: isto é mesmo muito bonito.

Hoje ao almoço conheci uma holandesa e um alemão. Mais uma vez comemos salmão (ontem tinho sido a entrada, mas cru). Há sempre muitas batatas (os suecos adoram batatas). Mas estava tudo muito bom, mesmo às vezes não tendo a certeza do que estamos a comer.

Da parte da tarde vamos contuinuar com os seminários, non-stop.

Amanhã trago mais novidades.

segunda-feira, junho 09, 2008

Em directo da Suécia, algures entre Estocolmo e Linkoping. O combóio demora menos de 2 horas para fazer 300 Km, sai há 1 hora de estocolmo e daki a 45 m já estarei em Linkoping.

Este país é só verde, até chega a irritar. Kms e kms de verde...

Tudo muito bem sinalizado, pelo menos no aeroporto, e nas estações de comboio.

Amanhã dou mais notícias.

sábado, junho 07, 2008

Aproxima-se

a partida... ao mesmo tempo que estou super entusiasmada por ir viajar, também estou um pouco apreensiva porque tenho de apanhar vários transportes , vou sozinha e é um país com uma língua muito estranha.

Depois na própria conferência só vai haver outra portuguesa (que deverá ir no mesmo vôo que eu, mas vem do Porto e depois é que pára em Lisboa). São 75 pessoas, não conheço ninguém e há sempre a questão da língua, apesar de me desanrascar com o inglês, é sempre uma pequena barreira.

Estou pronta para a aventura.

quinta-feira, junho 05, 2008

De chefe a amiga

Interessante: ontem estive quase 1 hora a conversar com a minha antiga chefe. É engraçado que enquanto era subordinada, parecia que havia ali um entrave qualquer a conversar mais abertamente. Agora, como voluntária, parece que nos tornámos amigas. Tenho visto nela alguém que, como mais velha do que eu, tem a sabedoria de me aconselhar nalgumas situações e a conversa desenrolou-se exactamente porque lhe fui pedir uma opinião sobre algo que me inquietava.

Porque será que não conseguimos complementar o papel dos chefes como nossos amigos facilmente? Parece que há sempre uma barreira ali, por ser nosso superior.

Mas foi muito bom ouvi-la.

terça-feira, junho 03, 2008


Afinal quem comeu os ovos kinder?
Se somos só 2 cá em casa, e se não fui eu..
Descobri há pouco onde o meu marido andava a pôr os bonecos dos ovos Kinder todos que comeu... em cima do frigorífico.
Não tenho miúdos, mas tenho um marido que me prega algumas "partidas". O que eu me ri sozinha.
"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente pela mesma razão".
Fernando Pessoa

Nem ele sabia quão certo estava...

domingo, junho 01, 2008

Euro 2008

O entusiasmo pela selecção é das poucas coisas que ainda faz animar este país...
os combustíveis sobem, o peixe escasseia, os alimentos aumentam, o IVA desce 1%...enfim, o país anda muito desanimado, mas tudo fica um pouco esquecido numa tarde de Domingo.

Mas o melhor disto tudo foram os 1200 motards que acompanharam a selecção na Suíça.

Haja ânimo portugueses!