quarta-feira, julho 30, 2008

Ontem (tentámos) ir à praia, mas o vento era tão forte que era impossível deitarmo-nos na areia. Viemos para a piscina, e aí sim, estava-se bem

À tarde, depois de 2 horas de sesta (à boa moda alentejana, não tivesse eu uma costela daqueles lados) fomos a Espanha, a Ayamonte, aproveitámos para atestar o depósito (0,25 € de diferença).

Jantámos já em Vila Real de Sto António. A noite estava boa.

segunda-feira, julho 28, 2008

As férias estão a correr bem. O tempo está óptimo. Parece que já estamos cá há imenso tempo mas afinal hoje foi só o nosso 1º dia útil de férias.

Hoje fomos ao Zoo Marine, foi brutal.

sábado, julho 26, 2008



Chegámos à Manta Rota. É aqui que começam as nossas férias.

5 dias de descanso no calor e sol algarvios.

quarta-feira, julho 23, 2008

Uma das coisas de que mais gosto na nossa casa


é isto!
Se tivessemos uma varanda, era ainda melhor. E se fosse no campo, então nem sei. Mas o ser humano é mesmo insatisfeito, e assim acabamos por não gozar plenamente tudo o que Deus nos dá.
Mas agradeço muito a Deus pela nossa casa, pelo sítio, pela vista, porque sabemos que era esta que Ele já tinha planeado para nós! E em Outubro já faz 4 aninhos que a comprámos, ou melhor que a hipotecámos para a comprar...o sistema é mesmo assim, o que havemos de fazer? Não tenho pais ricos, nem ganhei o Euromilhões! Mas sou filha do Rei, por isso Ele nos presenteia com este mimo todos os dias.

Há 1 ano

não estava cansada, estava completamente exausta, desesperada por férias. Fora o pior ano para mim, em termos de coisas para fazer. O ano curricular do doutoramento com 5 cadeiras no 1º semestre e 3 no 2º, a trabalhar ao mesmo tempo (a terminar o relatório financeiro da Equipa de Rua, bastante trabalhoso), a preparar semanalmente as coisas para a Escola Dominical porque não havia ninguém para me revesar)... enfim, foi mesmo difícil.

A minha ida à ABLA hoje fez-me lembrar deste pormenor tão importante.

Este ano as coisas estão tão diferentes... graças a Deus. Já viajei uma semaninha em Junho, e embora não tenham sido férias, sempre deu para espairecer (afinal viajar é sempre viajar!). Saí da ABLA em Março e só comecei na CPCJ em Julho, foram meses de adaptação a uma vida muito diferente e estranha para alguém que estava habituado (como milhares de pessoas no mundo) a sair de casa de manhã e entrar só ao final do dia. Idas à faculdade, formações, seminários, trabalho no escritório de casa. Foi um tempo bom. Sem preocupações de marcar consultas para o Sábado para não faltar ao trabalho. Com início da natação logo às 8h10 da manhã (madrugada segundo alguns).

Agora saio outra vez de manhã e só volto ao final do dia, mas é diferente. Embora esteja lá como investigadora, o que acaba por me deixar numa posição um pouco ambivalente, mas acho com mais vantagens do que desvantagens.

Sábado já vou de férias (desde 2003 que tenho de gozar o mês de Agosto todo), trabalho os últimos 15 dias de Agosto e vamos de férias novamente em Setembro. Vai saber bem poder andar sem grandes confusões, num mês em que muitos já estão de volta ao trabalho, e nós ainda desfrutamos dos lugares mais calmos, mais vazios, mais como eu gosto.

terça-feira, julho 22, 2008

A Matilde está com uma amigdalite. Hoje à tarde a brincar às cozinhas queria que a Teresa (mãe do Ricky) pusesse água numa cafeteira de plástico que ela tem e a Avó Tina dizia que não porque ela estava doente, não convinha mexer em água, e a Matilde responde:

- "olha, Tina, o dói dói já foi embora, e a Matilde já está boa" (a agarrar na garganta).
- " Já passou, a Matilde já pode brincar com a água"
Uma mãe cujo bebé de 2 meses e meio está a ser acompanhado pela CPCJ, foi ontem ao atendimento para se perceber como está a situação. Quando questionada pela técnica a quem
é que a menina sai por ser tão morena e ter feições de raça negra, a mãe diz que foi de um caso que teve com um guineense mas que o marido pensa que é dele. Mente ao marido e mente ao amante que pensa que ela é divorciada.

O ridículo da situação (como se não bastasse a situação em si mesma), é que ela respondeu à técnica:
- "Eu visto-lhe cores claras para disfarçar".

quinta-feira, julho 17, 2008

O ser humano é extraordinariamente complexo. Como é possível uma mulher viver com um homem 14 anos, a ser agredida diariamente e depois de conseguir o divórcio continuarem a viver na mesma casa. Uma criança de agora 4 anos a assistir no 1º ano de vida às agressões. Actualmente vivem na mesma casa, mas não existe qq relacionamento entre eles. A mulher está numa constante pressão psicológica para que ele não tenha nada por onde pegar, para não haver conflitos, o que a faz estar numa dependência do homem que lhe deixou marcas profundas.

O sistema de protecção às vítimas em Portugal não funciona como era de desejar e infelizmente isto acontece com maior frequência do que se poderia pensar.

Tive pena desta mulher porque apesar de estar a tentar ultrapassar tudo isto, aparentemente feliz, quando perguntou à técnica:
"A Dr.ª acha que estou melhor? Menos nervosa?"
Ao que a técnica respondeu : "Não, não acho. A Senhora está com medo constante do seu ex-marido"

A senhora começou a chorar imediatamente.

Gostava de ter-lhe dado um abraço naquele momento, mas não podia.

quarta-feira, julho 16, 2008

Quinta da Fonte

Na linha de Cascais é uma zona industrial onde estão instalados os escritórios de empresas como a Procter & Gamble, a Edinfor, a Merck Sharp & Dome. Em Loures a Quinta da Fonte é um bairro de realojamento. Ali "depositaram" ciganos, pretos, brancos que moravam no espaço que
é hoje o Parque das Nações. Foi a solução mais rápida e barata que havia, esquecendo que juntar num "gueto" pessoas com culturas tão diferentes poderia, mais cedo ou mais tarde, dar molho (neste caso, tiroteio).

O nome a lembrar o campo, o amarelo bonito dos prédios em ruas com alguns espaços verdes não chegaram para manter um bom ambiente no bairro e na 6ª f as armas sairam à rua. De onde vieram tantas armas ilegais?? Cada um dê as suas respostas.

A verdade é que passada esta turbulência, os ciganos pedem novas casas... realmente incrível foi a Câmara de Loures ainda ter ponderado atribuir-lhas. Portanto, a lógica é esta: montamos uma barraca no meio de um descampado, logo vêm mais uns quantos assentar arraial e assim nasce um bairro de barracas.

Entretanto, e como até dá mau aspecto à freguesia e ao concelho e já lá estão há alguns anos, a Câmara decide atribuir casas a estas famílias. Um bairro bonito, bem cuidado, prédios baixos (porque quantos menos condóminos menos probabilidade há de haver confusão). Na 1ª semana tudo se mantém na mesma. Com o passar dos meses os prédios ficam sem portas, os elevadores deixam de funcionar, as escadas estão imundas, a entrada dos prédios está um nojo...

Os conflitos começam a surgir. Mas não me digam que os pretos foram bater à porta dos ciganos para lhes dar uma tareia. Sim, porque os ciganos são inocentes. Aliás, nós até vimos nas notícias os pretos com as armas. Os ciganos estavam quietinhos nas suas casas.

Please, começo a ficar farta destas palhaçadas. Se tivessem de pagar uma casa durante 40 anos, não iam pedir a ninguém para mudarem de casa porque os vizinhos são isto ou fazem aquilo. Felizmente a Câmara não se compadeceu e vai mandá-los todos de volta para o bairro. Mais nada. Entendam-se e não arranjem problemas.

Neste país os ciganos são as eternas vítimas...

terça-feira, julho 15, 2008

Mas por que será que nas estações de combóio mais movimentadas da linha de Sintra, há sempre uma banca do Meo, ou da TV Cabo, ou do Clix, ou do Sapo... somos bombardeados por publicidade enquanto o queremos mesmo é ver se não perdemos o combóio.

quarta-feira, julho 09, 2008

Maus tratos

Em Portugal deviam pensar em passar este vídeo em horário nobre.


Na 2ª feira terminei a formação sobre Maus tratos a crianças e adolescentes no ISPA. Foi simplesmente fantástica...

é incrível como a nossa mente, ou sei lá o quê, consegue criar mecanismos de defesa face às situações tão graves, nojentas e sei lá como classificá-las, que ouvimos. Parece que nos tornamos frios ao falar das coisas, mas é a única forma de manter a nossa saúde mental.

O Ricky nem quer ouvir dos casos que aparecem lá na comissão.

Apesar de já fazerem parte do meu dia-a-dia, não deixam de impressionar pelo grau de perversidade, maldade, pelos pormenores... como é possível seres humanos (normalmente pais e mães) fazerem isto a outro ser humano???

domingo, julho 06, 2008

Nem vou falar do culto de hoje e do que foi anunciado...só digo que o mais provável é ter sido o nosso último naquela igreja. Sem decisões precipitadas mas há que tomar algumas dentro de pouco tempo.

Estou triste, tenho visto muita gente mesmo em baixo e há pessoas que parece que não estão nada preocupados com os outros...

Família

Ontem fomos ao casamento de uma sobrinha neta da Avó Tina, do lado do avô Rodrigues que já morreu. Foi muito engraçado conhecer tantos antecessores do meu marido. Muitos, mas muitos eram indianos. Até descobri que havia uma família nepalesa que era comerciante e que foram para Goa a fugir à peste. Entretanto um general francês foi para Goa combater e ali se casou com a filha desta família nepalesa. Assim nasceu o bisavô do meu marido...

Gostava mesmo de fazer uma árvore genealógica mas é tanta família que é mm difícil. Há muita informação que não sei.

Entretanto encontrei um chefe da PSP de Queluz que tinha conhecido na CPCJ do Cacém na passada 3ª feira...afinal é primo direito da minha sogra. O mundo é mesmo pequeno.

sexta-feira, julho 04, 2008

"São tantas batalhas, é tão funda a dor
São tantas imagens de abandono e desamor.
Há gente caída no chão, sem ninguém que os abrace,
sem ninguém que os levasse antes da escuridão".

Mafalda Veiga

Esta letra retrata o estado das crianças que chegam aqui à Comissão.
Estava a acompanhar um atendimento a um menor na CPCJ. A técnica perguntou-lhe se o amigo de quem ele tinha falado era brasileiro, ao que ele responde:
"Não é preto."
"E tu, és o quê?
"Também sou preto:"
A técnica pergunta: "E eu?"
"És castanha"
"E a Marta?"
"É cor-de-rosa"

Desmanchámo-nos a rir, claro.

O miúdo era o máximo.

terça-feira, julho 01, 2008

1º dia do trabalho de campo

Hoje foi o 1º dia de investigação no terreno. O 1º dia na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Sintra Oriental. Durante 1 ano acompanharei o trabalho da comissão de forma a perceber os conflitos de interesses entre técnicos, famílias e crianças; os constrangimentos do trabalho da comissão; a eficácia das medidas tomadas; como definem o superior interesse da criança, etc.

Vou ser uma observadora participante, já que ajudarei a comissão naquilo que puder e souber.

Foi um dia preenchido com duas reuniões. Normalmente as pessoas não sabem, mas as CPCJ funcionam em comissão alargada (onde participam elementos das IPSS, das escolas, de outras associações, etc, ligadas à infância e juventude) que se reune mensalmente; e em comissão restrita (com um elemento da câmara, da segurança social, das juntas de freguesias, da escola, da justiça), que se reúne semanalmente para deliberar sobre os casos pendentes.

Esta comissão está com uma média de 20 a 30 novos processos por semana, e abrange as crianças e famílias das freguesias de Queluz, Belas, Monte Abraão, Cacém, Massamá, Agualva, S. Marcos. A população tem aumentado, a crise também e os casos sinalizados também.

São situações muito difíceis para as quais é preciso estômago...

Também percebi que há alguns problemas de relacionamento entre a equipa, os feitios de algumas não se compatibilizam.

Peço a Deus que me use como pacificadora ("Bem-aventurados os pacificadores"), e que possa tocar aquelas famílias e sobretudo crianças com quem vou contactar.