quarta-feira, outubro 14, 2009

A morte faz-nos sempre parar e pensar

Ontem fomos surpreendidos por 3 telefonemas seguidos a dar a mesma notícia trágica: o pai de uns amigos nossos tinha morrido num acidente de trabalho. 50 anos, bilhete comprado para dois dias depois ir ter com a mulher a Angola, que lá estava a trabalhar há um ano. Estavam em Portugal há mais de 10 anos, legais, família funcional, equilibrada, temente a Deus. Lembro-me sempre do irmão Lowa como aquele irmão calado, mas que nos cumprimentava sempre. Fui professora de escola dominical do neto mais velho, o filho mais novo fazia parte da banda do Ricky e do André, a filha do meio passava de vez em quando uns dias connosco no Juncal.
O mundo desabou naquela casa (e um bocadinho dentro de cada um de nós).
O Edson só me dizia a chorar: "Marta, o meu pai, Marta, o meu pai".
O irmão mais velho saiu da faculdade perto da meia noite e passou por casa dos pais para saber se o pai já tinha tudo tratado para ir para a terra Natal... chegou a casa e viu muita gente à porta do prédio (nunca percebemos bem a dimensão dos amigos que temos, a não ser nestes momentos), entrou sem saber o que se passava. Fui lá dentro e ele perguntava porque é que era tudo tão injusto? Por que é que o pai tinha de ir para Angola deitado?
Falei um pouco com o meu ex-aluno. Agora com 9 anos, percebeu o que estava a acontecer, mas não falou muito e eu só pedia a Deus sabedoria para falar com ele. De noite sonhei que estava a dizer-lhe:
"Lembras-te quando nós contávamos como era o céu nas lições da escola dominical? Lá não há choro, dor, sofrimento. As pessoas estão com Jesus e são muito felizes. É lá que o avô está!"
Oramos para que Deus conforte aqueles corações e que nos dê as palavras certas (que são sempre insuficientes) para lhes dar força!
Tenho tanto medo de perder os que amo (embora saiba que a maioria deles, graças a Deus, vão habitar com Ele).

Sem comentários: